Por Luiza “Luluzinha” Ferreira
Percy Jackson é uma série literária infanto juvenil que, através de romance, comédia e bastante aventura, traz os acontecimentos da mitologia grega para os dias atuais. Possuindo um universo com mais de três sagas e dez spin-offs, as histórias dos semideuses conquistaram diversos corações por apresentarem iconografias épicas ambientadas em um cenário de fantasia urbana.
E, apesar de tudo isso ter começado em 2005 com a publicação do livro “O Ladrão de Raios”, foi em 2023 que a chama da comunidade foi reacendida, tendo como estopim a adaptação da obra para uma série na Disney.
Então, se você gostou dos livros, da série ou simplesmente se interessou pelo universo de Percy Jackson, continue nesse texto que eu vou te explicar como adaptar essas aventuras para um RPG de mesa!

Eu não queria ser um meio-sangue

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Imagem/Divulgação: Disney+
Nos primeiros parágrafos de “O Ladrão de Raios”, Percy faz um alerta importante: feche esse livro imediatamente, acredite nas mentiras contadas pelos seus pais e tente seguir uma vida normal, porque tudo muda depois que você descobre sua verdadeira origem.
A verdade é que deuses gregos existem (os romanos e os egípcios também, mas isso é papo pra outro dia), assim como os monstros, itens, lugares e o que mais você conhecer das grandes histórias. Tudo isso faz parte do nosso mundo, podendo ser extremamente perigoso a depender de quem você é…
Ser um “meio-sangue” ou “semideus” é colocar um alvo nas costas: monstros se disfarçam para farejar seu rastro, exterminar sua existência. É uma vida de batalhas, aventuras e profecias. Mas, claro, nem tudo é extremamente hostil, pois existe um Acampamento feito para treinar pessoas como você, ensinar os detalhes do mundo de verdade.
E tudo isso “passa despercebido” por um fator muito importante: a Névoa, força sobrenatural comandada pela deusa Hécate, distorce as visões da maioria dos mortais, permitindo que as coisas sejam alteradas para coisas mundanas. Será que já dá para imaginar de qual RPG eu estou falando?

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Imagem/Divulgação: Disney+
Névoa misteriosa que altera percepções, ícones fantasiosos rondando pela cidade e você só percebeu tudo isso porque sentiu algo diferente dentro de você? Percy Jackson parece uma excelente temática para adaptar nas mesas de City of Mist!
Agora, é importante dizer que o objetivo desse texto não é apresentar as regras de City of Mist e explicar o seu funcionamento em minúcias, mas é pensar nas possibilidades que esse RPG cria ao adaptar um universo tão rico quanto ao de Percy Jackson, uma vez que ambas as obras possuem pontos semelhantes o suficiente para essa construção.
Então, se você não conhece esse excelente título da editora, recomendamos que você dê uma olhada em conteúdos feitos pelos nossos parceiros ou leia os textos introdutórios escritos por Nina Bichara, você pode acessar o resumo clicando aqui e a explicação de regras aqui.
Dito isso, a discussão a seguir se dará sobre dois pontos principais: o Acampamento Meio-Sangue e as Fichas de Personagens, levando em consideração que tais tópicos são essenciais para a imersão da temática dentro de uma mesa de RPG.

Acampamento Meio-Sangue

Aqui é um local onde semideuses descansam, treinam seus poderes, criam pequenas rivalidades e torcem para receber missões capazes de promover glória! Mas, se você ainda tem muito a aprender, não precisa se preocupar: o centauro Quíron está sempre por perto para explicar os afazeres.
Quanto às regras, devo dizer que as Brumas de City of Mist não precisam ser alteradas para uma mesa nessa temática, pois a Névoa representa o mesmo papel na obra. Então, se você já conhece o RPG, isso fica mais fácil!
O Acampamento Meio-Sangue é um local protegido pelos deuses e coberto pela Névoa de Hécate com o intuito de que tanto mortais quanto monstros não sejam capazes de adentrar o lugar. Dessa mesma forma, outras coisas da realidade são mascaradas, impedindo que pessoas comuns sejam capazes de compreender a fantasia.

Fichas de Personagem

Em City of Mist, os Personagens recebem quatro cartas para dividir em temas de “Logos” e “Mythos”, fazendo com que suas escolhas configurem parte da sua representação nesse novo mundo: quanto mais perto do cotidiano, mais dormente você está e, quanto mais próximo do fantasioso, mais suscetível a virar um avatar daquilo que te possui. Para Percy Jackson, as coisas devem ser um pouco diferentes.
Aqui, as cartas de Mythos e Logos não devem representar dois seres dividindo o mesmo corpo, passando a significar a quantidade de experiências que você possui enquanto um semideus e incluindo eventuais recompensas que você recebeu ao longo de suas missões.
Isso porque, independente do número de cartas, um semideus não é capaz de “ascender e sentar no Olimpo junto com sua família”, mas ainda pode ser relevante para demonstrar seu poder nas aventuras: itens mágicos (como a Anaklusmos do Percy), montaria sempre disponíveis, dádivas, eventuais possessões…
A recomendação é que todo semideus comece com 3 cartas de Logos e 1 carta de Mythos, sendo a última a necessária para incluir os “poderes” oferecidos pelo seu parente olimpiano.
Quanto aos rótulos: a função continua a mesma. Agora é só montar os Personagens e partir para a aventura!