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Entrevista com Manuel Sambs
por Diogo A. Gomes, do Toca do Coruja
Com a chegada de Sprawlrunners no Brasil, pela parceria Toca do Coruja e RetroPunk, seu autor, Manuel “ManuFS” Sambs, nos dá essa entrevista sensacional, explicando os meandros da criação de seu suplemento, Sprawlrunners – o primeiro produto SWAG a ganhar um selo Mithral no DriveThru RPG. De Shadowrun a Johnny Mnemonic, descubras as inspirações desse grande sucesso de Savage Worlds.
Para comemorar o lançamento de Sprawlrunners no Brasil, fiz uma pequena entrevista com seu criador, Manuel “ManuFS” Sambs, autor, designer e proprietário da Veiled Fury Entertainment.
Diogo: Uma das características mais proeminentes de Sprawlrunners é ele ser conciso. Sem enormes listas de itens, implantes ou armas. Como você chegou a essa escolha de design simplificada?
Manuel: Você não acreditaria se visse as primeiras iterações do fanmade que acabou se tornando Sprawlrunners. Era ruim, tipo RUIM em caixa alta, recheado até a borda com listas e listas e listas. De certa forma, era a antítese do que Sprawlrunners é agora. Comecei a trabalhar nisso há mais de 10 anos, e todo esse tempo de desenvolvimento ativo me mostrou que gosto de produtos que são concisos, diretos ao ponto e não afogam seus leitores com opções. Esta se tornou minha filosofia central, nunca adicionar material simplesmente para poder dizer “Este produto oferece mais de 15 novas vantagens!”, quando na minha opinião tudo o que precisa são 2.
D: O que você pode nos dizer sobre o futuro de Sprawlrunners? Há uma versão expandida ou um cenário no forno?
M: Há algumas ideias que estou desenvolvendo atualmente, mas tudo está nos estágios iniciais de criação, brainstorming e uma ocasional sessão curta de testes para ver se meus pensamentos fazem sentido para os outros. Talvez algumas dessas ideias não se sustentem ou se tornem produtos de 1 dólar [vendidos no DrivethruRPG], é difícil dizer por enquanto. O que posso dizer é que uma dessas ideias é uma espécie de “cenário demo”, mas, novamente, está em um estágio muito inicial, sem nada para mostrar, apenas algumas páginas de notas incoerentes.
D: Falando sobre expansões. Alguns autores têm escrito suplementos para Sprawlrunners. O que se deve fazer se alguém quiser escrever algo baseado nele?
M: Sprawlrunners é aberto para desenvolvimento de expansões de outros autores, não há licença nem nada envolvido além das licenças FAN, SWAG ou ACE de Savage Worlds, é claro. As únicas regras são: não reproduzir o material de Sprawlrunners, apenas fazer referência a ele e adicionar o seguinte texto ao seu produto: “Este produto faz referência a Sprawlrunners da Veiled Fury Entertainment. Usado com permissão. A Veiled Fury Entertainment não faz nenhuma representação ou garantia quanto à qualidade, viabilidade ou adequação à finalidade deste produto.” E com o seguinte link para o PDF de Sprawlrunners: https://www.drivethrurpg.com/product/334278/Sprawlrunners .
Claro, se você quiser me enviar uma cópia gratuita, eu ficaria muito grato. 😉 Sinta-se também à vontade para entrar no Discord da Veiled Fury para discutir sua ideia, estou ativo lá e fico feliz em ajudar
D: Na maioria dos RPGs de mesa, as regras para lidarmos com o ciberespaço são muito complexas. Elas têm um ritmo diferente das ações no “mundo físico”. Esse não é o caso de Sprawlrunners. Qual foi sua inspiração?
M: Alguns podem argumentar que a opção Queima Lenta de Sprawlrunners ainda é bastante complexa e, até certo ponto, digo que eles estão certos. Embora eu entenda o desejo de lidar com o ciberespaço como um mundo paralelo, pessoalmente prefiro que atividades envolvendo apenas um único personagem na maioria dos grupos se resolvam rapidamente, mas sem sacrificar o potencial narrativo envolvido.
Então, para responder à pergunta, a opção Queima Lenta é fortemente inspirada em tropos de cyberpunk clássicos de sistemas modelados como salas ou nós virtuais interconectados com GELOs patrulhando essas salas e a personagem tendo que navegar em uma “mini-masmorra” real. Pista Rápida — e seu sucessor espiritual, Furious Hacking* [suplemento extra, ainda sem tradução], — remontam à minha filosofia central de minimalismo. Pista Rápida foi inspirada na elegância do subsistema Tarefas Dramáticas, com Furious Hacking se afastando dessas regras, mas mantendo a maior parte da simplicidade.
D: Antes de escrever Sprawlrunners, quais RPGs de mesa cyberpunks você costumava jogar?
M: Na verdade, comecei minha vida de RPG de mesa com Shadowrun! Um amigo meu da escola (E aí, Jens!) trouxe o livro de regras básico de Shadowrun: Segunda Edição um dia e, embora eu nunca tenha realmente jogado com ele, o livro me capturou como nada antes. Mergulhei brevemente no Cyberpunk 2020, mas foi realmente só Shadowrun para mim por cerca de 16 anos ou mais, até que mudei para Savage Worlds em 2012.
D: O que você menos gosta em Sprawlrunners que gostaria de relançar em edições futuras?
M: Acho que fiz um péssimo trabalho ao explicar que Sprawlrunners é uma caixa de ferramentas que precisa ser anexada a um cenário (preexistente ou criado do zero). O livro também faz muitas suposições de que as pessoas entendam como fazer um cenário e como usar um conjunto de regras para fazer isso, então é algo que estou pensando em expandir. E apresenta muito material que deveria ser definido pelo cenário, como as espécies e praticamente a maior parte do capítulo Magia.
D: Qual é o sua obra cyberpunk favorita? O que mais te influenciou ao escrever Sprawlrunners?
M: Sem dúvida, a trilogia Sprawl, de William Gibson. E sim, estou ciente de que não existe RPG de mesa dela, mas definiu muitos tropos e é minha inspiração para diretrizes de como sinto e vejo o cyberpunk como um gênero. É provavelmente por esse motivo que Johnny Mnemonic: o Cyborg do Futuro (mesmo que seja apenas vagamente baseado nos livros) é um dos meus filmes favoritos de todos os tempos. Isso me ajudou a visualizar o mundo de Gibson. Quando se trata de RPGs de mesa, sou um shadowrunner da segunda edição. A tecnologia é cabeada, volumosa, o wi-fi funciona apenas para drones e veículos de controle remoto e a Regra da Diversão reina suprema.
D: Qual é o seu cenário favorito de Savage Worlds?
M: Essa é difícil, porque eu “classifico” os cenários pelos aspectos de que gosto, e muitos cenários fazem coisas diferentes que eu gosto igualmente. Mas já que vocês provavelmente querem mesmo que eu mencione alguma coisa ;), vou dar alguns exemplos. Titan Effect é, na minha opinião, o principal exemplo de como utilizar o Compêndio de Superpoderes para um cenário realista com super-humanos, apenas combinando espionagem e poderes potencialmente insanos perfeitamente. Eu amo Sundered Skies (e tive a grande sorte de poder jogar todo o PPC [Plot Point Campaign]** com um grupo de mesa) por misturar alguns tropos e ter provavelmente um dos melhores PPCs que existem. O Buccaneer é incrível para capturar a vibe de Piratas do Caribe com regras mínimas que mantêm o navio do grupo funcionando e relevante, mas não atola o jogo com um “simulador de negociação”. Stingers & Spores, na minha opinião, estabelece um novo padrão para fornecer uma caixa de ferramentas “crie o personagem que você quiser” com seu conjunto de regras compacto, mas poderoso, sobre como criar qualquer inseto existente (e talvez alguns que não existam!) de uma maneira mecanicamente justa. Saga of the Goblin Horde é o padrão ideal de pegar um tropo estabelecido e virá-lo de cabeça para baixo. Você vê meu problema agora, há tantos cenários com ótimos aspectos, simplesmente não consigo escolher.
D: O que você tem jogado recentemente?
M: No momento, estou mestrando para um grupo aventuras antigas de Shadowrun 2ª e 3ª edições, usando as regras do Sprawlrunners, é claro. 😉 Além disso, jogo principalmente one-shots para experimentar coisas novas, tanto em Savage Worlds quanto em outros sistemas. Embora esteja muito focado em Savage Worlds, tento o meu melhor para não fixar demais e perder a noção do que está por aí no mundo RPG.
D: Além do Sprawlrunners, você tem algum novo projeto que possa compartilhar conosco?
M: Além do que já mencionei, não tenho muito o que falar sobre no momento, mas meus suplementos de 1 dólar têm ciclos de desenvolvimento bastante rápidos. Quando a inspiração bate, eu geralmente entro em hiperfoco e procuro algo para testar dentro de duas ou três semanas. Veremos quando algo acontecer a seguir. Além de escrever material de RPG, ocasionalmente transmito videogames ao vivo no Twitch.
D: Onde as pessoas podem entrar em contato com você?
M: Sou mais ativo no servidor oficial da Veiled Fury Entertainment Discord. Temos uma pequena comunidade ativa lá, onde falamos sobre qualquer coisa, desde minhas coisas, RPGs de mesa em geral, videogames, cyberpunk e assuntos relacionados — até culinária. Sinta-se à vontade para participar. Além disso, estou no Facebook, embora o use principalmente para enviar notícias sobre novos produtos meus. Se alguém quiser entrar em contato comigo diretamente, pode me enviar um e-mail ou uma DM no Discord.
Discord: Veiled Fury#0001
Servidor VFE: https://discord.gg/XG4ndnn5F9
E-mail: veiledfuryentertainment@gmail.com
Facebook: https://www.facebook.com/VeiledFuryEntertainment/
Twitch: https://www.twitch.tv/veiled_fury
Notas:
* Suplemento que cria uma opção para hacking
**Campanhas mais abertas que dão mais liberdade aos jogadores para interagirem com o cenário
Sprawlrunners continua em financiamento, com a meta base e várias metas extras batidas. Faltam poucos dias, então não deixe de apoiar: https://bit.ly/RP-sprawlrunners-para-savage-worlds-edicao-aventura
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Destrinchando SprawlRunners
Por Leandro Jardim
Sprawlrunners é um excelente livro que inclui regras opções para um jogo tradicional de Cyberpunk de uma forma adequada para o sistema de Savage Worlds, mas ele tem um algo a mais, possui descrições opcionais de magias e espécies fantásticas.
Quando lançado em inglês ele ganhou muitos elogios de mestre e jogadores, que o descrevem como um livro elegante, mais simples e fácil de usar que outros Cyberpunks sem perder nenhum de seus elementos e de poderem simular perfeitamente outros cenários de Cyberpunk com Fantasia, ele te dá tudo que você precisa.
Detalhes do Livro
• Créditos (1 página):
Aqui estão os envolvidos com o jogo, da edição original e da edição brasileira, eu estou lá, tive o enorme prazer de ser um dos revisores finais do livro.
• Como usar este livro (2 páginas).
Estas são as notas dos designers, o autor faz um excelente esclarecimento sobre o livro e suas intenções e especifica que não há nenhum capítulo massivo de equipamentos, os cibernéticos são Vantagens, em vez de equipamento, o uso de um sistema abstrato de riqueza, afinal nem tudo o que os cyberpunks desejam pode ser comprado com mero dinheiro.
• Índice (1 página)
• Introdução: Bem-vindo ao Sprawl (3 páginas)
Aqui está a configuração padrão; uma distopia em um futuro próximo dirigida por megacorporações impiedosas, tramas noir com os PCs sendo ativados por corporativos, onde pode ter magia e semi-humanos no mundo caso deseje e se assim escolher há 3 formas de aplicar a magia e seres ao cenário.
• Capítulo 1: Criação de Personagem (16 páginas)
Aqui você encontra as Espécies possíveis de se jogar, incluindo Elfo, Anão, Orc, Humano e Troll; seus Antecedentes e Metas, as Regras de Ambientação, incluindo um inovador sistema de Logística, os Pontos de Implantes, o Estilo de Vida, Contatos, e também 2 Complicações modificadas, 8 novas Complicações, 3 Vantagens modificadas e 29 novas Vantagens.
• Capítulo 2: Magia (25 páginas)
Capítulo para aqueles que optaram por magia em seu cenário. Existem três Antecedentes Arcanos disponíveis, Adeptos do Chi (artistas marciais Wuxia, com regras e poderes próprios), Magos (Feiticeiros urbanos semelhante ao antecedente no básico) e Xamãs (canalizador de magia por um Totem animal, ao qual o jogador pode escolher um da lista).
O capítulo explica Magia Ritualística, o efeito dos cibernéticos, o Dreno (Choque de retorno da magia no cenário), o Espaço Astral, espírito e invocações, companheiros espirituais, espíritos mágicos (os Elementais com suas estatísticas) e artefatos mágicos chamados de Focos.
• Capítulo 3: Cyberespaço (15 páginas)
Nesse capítulo há tudo necessário para o Cyberespaço, incluindo seus sistemas, as ações possíveis dentro dele, as regras para Alarmes, Gelo, Cyberdecks e seus utilitários, e todas as informações usuais de um cyberpunk para realidade virtual.
As regras de hacking estão presentes em duas formas, Queima Lenta (esgueirando-se detalhadamente através dos nós do sistema lutando contra o Gelo) e Pista Rápida (Tarefas Dramáticas modificadas).
• Capítulo 4: Joqueis (4 páginas)
Os jóqueis são aqueles que usam implantes para se tornar “um” com seu veículo, o que dá ao jóquei tempos de reação mais rápidos e, portanto, um bônus para interromper os outros em combate.
Aqui você encontra Veículos Autônomos, Drones, softwares, como hackea-los e suas estatísticas, além da descrição completa de 4 drones.
• Capítulo 5: Equipamento
Aqui você encontra os Cibernéticos e seus Pontos de Implante, incluindo melhorias oculares (os famosos Ciberolhos por exemplo) e auriculares (como ouvidos gravadores), conectores de chip e de dados, rádio, moduladores de voz, aprimoradores corporais, navalhas embutidas e muitos outros aparatos cibernéticos para o personagem implantar e criar seu próprio cyberpunk.
O Capítulo inclui 7 novas Armaduras, 1 Capacete, descrição de armas de combate, armas de fogo, armas pesadas e armas veiculares do cenário, além de mísseis, granadas e munições.
Há modificadores de armas e acessórios de armas e como eles afetam os Pontos de Logística.
Os equipamentos gerais são bem detalhados, com uma grande variedade, incluindo eletrônicos e computadores. No fim do Capítulo há diversos veículos, tendo motos, carros, barcos, helicópteros e opções extras para veículos
• Capítulo 6: Glossário
Esse Capítulo inclui uma lista da Terminologia do jogo e tabelas muito uteis que resumem as Complicações, Vantagens, Poderes do Chi e os Implantes Cibernéticos (Cyberwares),
O cenário de Sprawlrunners pode ser encontrado para jogar online No Fantasy Grounds
https://store.steampowered.com/app/1618680/Fantasy_Grounds__Sprawlrunners/
No Foundry:
https://www.drivethrurpg.com/product/351063/Sprawlrunners–FoundryVTT-Module
Na Loja da RetroPunk, em português (em desenvolvimento) Savage Worlds Edição Aventura: Sprawlrunners para Foundry VTT (retropunk.com.br)
Sprawlrunners está atualmente em financiamento coletivo em nossa loja e já bateu a meta base, apoie e garanta o seu, além de ajudar a bater as metas extras: Sprawlrunners para Savage Worlds Ediçõ Aventura! (retropunk.com.br)
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Ambientando-se no Sprawl
Por Italo Guimarães
Nós já falamos aqui um pouco do que esperar de “Sprawlrunners”, um misto de fantasia, tecnologia e uma ferramenta que te ajudará a contar uma boa história dentro de um universo distópico cyberpunk. Hoje, traremos aqui, de forma um pouco mais detalhada, mecânicas e regras de ambientação que ele nos ensina (e que pode facilmente ser aplicada em outros cenários).
Logística e controle de recursos
Em quase todos os cenários, para a aquisição de itens, veículos, armas e objetos, lidamos com dinheiro (ou para cenários mais futuristas, lidamos com os créditos), o que acaba sendo muitas vezes necessário um cálculo demorado de dinheiro, para calcular exatamente cada centavo gasto na campanha. Mas como dito mais de uma vez (tanto no livro quanto no artigo anterior), Sprawlrunners fala sobre pessoas e suas histórias e não sobre pilhas e riquezas acumuladas. Pensando nisso, ele nos apresenta a mecânica de Pontos de logística.
Uma mecânica de cálculo simples e direto, onde cada personagem recebe uma certa quantia de Pontos de Logística (Geralmente são 10 pontos, que podem ser alterados com Vantagens ou com o decorrer da história) e cada um dos itens que se adquire para o cumprimento da missão possui seu custo em pontos de logística, fazendo com que o cálculo de centenas ou milhares de créditos, com seus valores quebrados, se resumam a poucas dezenas e de números inteiros, dando mais tempo para a diversão e menos para a matemática.
Tudo começa de algum lugar
O livro também traz algumas tabelas que ajudam na criação do pano de fundo do seu personagem, mostrando, idealizando ou indicando o porquê dele se tornar um “Cyber Punk”.
Nessas tabelas, todas elas baseadas em d6, temos a separação dos seguintes temas:
-
Raízes, que mostra basicamente de onde o seu personagem veio;
-
Trabalho, que te mostra a essência do tipo de trabalho que você tem na sociedade, indo dos mais simples até aos altos escalões das corporações
-
Revolta, que é o estopim de tudo, do porque você decidiu ir contra a maré, lutando contra as forças opressoras de um capitalismo sujo e abusivo, ou contra forças como facções e governos.
-
Meta, que mostra a essência da sua luta e o que o seu personagem deseja conquistar ou adquirir com toda a força de sua revolta.
Isso é uma excelente forma para jogadores e narradores montarem com mais facilidade aquele personagem que melhor se encaixe ao seu estilo de jogo, ou então dar mais graça fazendo com que tudo seja sorteado no dado e deixar a imaginação fluir.
Magia e tecnologia são doloridos
Conforme dito anteriormente, em Sprawlrunners podemos lidar com magia e suas artimanhas, através de fórmulas, escritos, itens e todo um conceito baseado no que eles chamam de “tradição hermética”, mas ela tem o seu custo. Usar magia não é tão simples, por isso que a mecânica de “Sem Pontos de Poder” é aplicada e o Dreno, que funciona exatamente como o choque de retorno do livro base de Savage Worlds (causando fadiga com um resultado 1 no teste de conjurar).
Mas isso não faz com que a magia seja menos atrativa em relação ao cenário, se comparado ao uso da tecnologia. Aplicação de Implantes Cibernéticos causam ferimentos que não podem ser curados além da forma natural, fazendo com que a escolha seja muito bem planejada ou premeditada pois, se um implante for colocado no meio da missão, ou o intervalo entre uma missão e outra seja curto demais, as consequências do ferimento se apliquem de forma direta, e letal.
Agir no ciberespaço também não é uma tarefa nada fácil e simples, exige muita concentração e cuidado para não ser detectado e até mesmo atingido dentro do mundo virtual. A Regra de Choque de Ejeção funciona como a punição para aqueles que andam pelos becos do ciberespaço e cometem erros ali, causando uma fadiga imensa, podendo levar a inconsciência.
Hackeando pelo Sprawl
Neste livro, somos apresentados a duas modalidades de hacking, cada uma com suas mecânicas e seus modus operandi. Sendo elas a Pista Rápida, ou Queima Lenta.
Vamos falar um pouco da mais detalhada delas, que é a Queima Lenta. Nela você programa e monta seu cyberdeck (um aparato que se torna a sua ficha e suas capacidades dentro do ciberespaço) para realizar sua ações dentro do ambiente virtual como se estivesse em uma conversa ou combate no mundo real, lidando com personas (que são outros hackers disfarçados e ocultos) ou os ICE’s (que é a sigla em inglês para “Contramedidas de Intrusão no Ciberespaço”). Com uma lista de ações do que se pode ou não fazer, com aprimoramentos e desafios detalhados, a Queima Lenta é para aqueles que querem trazer algo mais lúdico e uma aventura dentro do ciberespaço mais rica em detalhes para seus personagens e para as suas aventuras.
Já a Pista Rápida vai no completo oposto, onde apenas duas tabelas são colocadas com seus modificadores positivos e negativos e ela funciona como uma tarefa dramática de cinco etapas, onde você conseguir o resultado necessário antes da finalização dessas 5 etapas não te garante sucesso algum, pois você ainda pode ser ejetado do ciberespaço ou cair inconsciente por Cibercombate (o que não ocasiona somente fadiga, mas também dano direto ao operador.).
Regras a mais para um jogo mais rápido
Por fim, apesar de trazer uma gama ampla de novas regras de ambientação, ele nos dá muito mais facilidade e liberdade para atuar com dinamismo e rapidez em nossas aventuras. Sendo um suplemento perfeito para aventuras em ruas e becos de luz neon rápidos divertidos e furiosos.
Sprawlrunners está em financiamento coletivo na loja da RetroPunk. Apoie e participe! https://bit.ly/RP-sprawlrunners-para-savage-worlds-edicao-aventura
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Cyberpunk Rápido, Divertido e Furioso
Por Ítalo Guimarães
Criaturas fantásticas, itens poderosos, aventuras épicas e… Luzes Neon?
Sim, luzes neon, numa distopia futurista onde a tecnologia é alta e a qualidade de vida é duvidosa. Isso e muito mais nos é apresentado neste maravilhoso livro que é “Sprawlrunners”.
Além dos implantes e do dinheiro
Como todo rpg, todos estamos aqui para contar histórias e evoluir com elas. E o foco deste que podemos chamar de “Um compêndio cyberpunk”, é justamente esse.
Ao contrário do cenário de Savage Worlds “Interface Zero”, que nos traz uma história muito detalhada do mundo em que vivemos (algumas dezenas de anos a frente), com um enorme catálogo, que contém a mais variada quantidades de itens como consumíveis, armas, implantes cibernéticos e melhorias biológicas, este livro com pouco mais de 90 páginas nos traz algo mais sucinto e dinâmico, focando principalmente no ato de contar a história de um grupo cyberpunk tentando derrubar o sistema em si, do que focar em se entupir de implantes biológicos e cibernéticos e em como conseguirão, de alguma forma, desbloquear recursos para adquirir tudo aquilo.
Tudo isso numa mecânica onde ter ou pegar os implantes não está relacionado ao dinheiro que ele tem ou adquire, mas sim através da sua evolução e seus progressos na história com as “Vantagens cibernéticas”.
Um mundo fantástico e tecnológico
Em Sprawlrunners somos agraciados com dicas e regras de cenário onde é possível se jogar em um mundo onde criaturas fantásticas do imaginário comum do rpg (como elfos, trolls, orcs e anões) estão presentes em nossa sociedade e também dando dicas e direcionamentos de como elas estiveram ali, sendo elas classificadas como “O Jeito Fácil”, onde aquilo simplesmente sempre existiu e sempre esteve ali, como num cotidiano qualquer. Temos “O Retorno”, onde algum evento exclusivo aconteceu e o véu que separava a magia do mundo real se desfez (tal qual em alguns cenários onde os personagens correm pelas sombras) trazendo a magia e suas criaturas místicas. O conceito de “Cibermagia”, que fala sobre o fato da tecnologia ser tão avançada que parece até feitiçaria e os seres que ali existem e convivem são experimentos e evoluções genéticas e, por fim, o conceito “Mundano” onde você pode desconsiderar a magia e seus seres, transformando o cenário em pura tecnologia e ficção científica apenas com humanos.
A magia e seus aspectos
Com as regras estabelecidas para um universo fantástico com magias, dragões, trolls e outros seres místicos, temos também as regras de ambientação para as “classes” magistas desse compêndio, que são os Adeptos do chi, os Magos e os Xamãs.
Os adeptos do chi, através do controle de suas energias internas, aprimoram suas capacidades físicas, sendo um contraponto dos implantes tecnológicos.
Os magos trabalham através de fórmulas, textos e itens imbuídos, tudo isso ligado a uma tradição hermética, ao qual seus textos e seus estudos geralmente são muito bem pagos pelas megacorporações a fim de ampliar os negócios e o monopólio de poder.
Os Xamãs são pessoas que, após serem escolhidos por um espírito natural, chamado de totem (que nos é apresentado toda uma lista deles), ganham seus poderes e passam a seguir uma certa filosofia, e comportamentos, de acordo com o seu Totem.
Vale lembrar que em Sprawlrunners, a regra opcional de “Sem Pontos de Poder” (Savage Worlds Edição Aventura) é aplicada para as classes conjuradoras e o choque de retorno recebe um novo nome, o temido Dreno.
Hackers e Jóqueis
O que seria de um mundo cyberpunk sem os tão queridos hackers? Uma profissão desejada, procurada e temida dentro de todo e qualquer cenário desse gênero. Capazes de se infiltrar em banco de dados, roubar informações, ativar e desativar tudo que se envolva em redes eletrônicas e digitais. Neste livro somos apresentados a duas coisas, as vantagens do ciberespaço e a duas modalidades de hackear que podem ser usadas em jogo, a Pista Rápida, com regras mais simplificadas e diretas deixando tudo mais rápido, divertido e furioso no mundo digital, se assemelhando a uma tarefa dramática e o estilo de Queima Lenta, onde os processos de hackear são mais detalhados e com uma gama maior de ações e variantes físicas, deixando as coisas mais intensas a cada novo upgrade ou a cada nova ação tomada.
E o que não poderia faltar também é o tropo clássico do Jóquei, um rapaz que controla drones e veículos a distância, de forma segura e sem se pôr em risco direto. Na parte de veículos e drones que podem ser usados no cenário, temos desde veículos de transportes simples a utilitários militares e drones simples de vigilância até robôs de armamento pesado.
Um livro rápido, divertido e furioso
Se aproveitando ao máximo das condições Pulp que o sistema de Savage Worlds nos proporciona e com um pouco mais de 90 páginas, Sprawlrunners nos traz uma imersão ao mundo cyberpunk, com uma linguagem bem fluída, de fácil entendimento e sem mecânicas complexas. Sendo um livro que conta a história de pessoas e suas vidas, focando mais na essência da filosofia cyberpunk, que é a sobrevivência em um mundo caótico repleto de tecnologia, do que apenas na estética cromada e com luzes neon azul e rosa com personagens cromados até os dentes.
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Apresentando: Sprawlrunners
Por Toca do Coruja
“Esta cidade não te dá escolha. Ou você queima vivo, ou então nunca existiu.”
Surgido nos anos 80, o subgênero de ficção científica Cyberpunk trouxe à tona um futuro “não tão distante”, em que a sujeira e a decadência caminham lado a lado com a tecnologia de ponta.
Longe do futuro grandioso e esperançoso do sci-fi clássico, o cyberpunk traz questionamentos morais graves e uma visão crua, porém muito atual, das relações sociais.
Um fenômeno desse porte não demorou para chegar às mesas de RPG. Sistemas e cenários muito ricos e longevos permeiam o universo RPGista há décadas. É nesse contexto que surge Sprawlrunners.
Longe de querer apresentar um cenário, Sprawlrunners é uma estrutura para você adaptar seu mundo favorito, ou mesmo criar o seu próprio universo. Quer se aventurar no anacrônico mundo de cromo e feitiçaria de Shadowrun? Sprawlrunners te possibilita. Quer adaptar um cenário com psiônicos e experimentos psíquicos, como em Akira, ou com ciborgues com conflitos morais, como em Ghost in the Shell e Battle Angel Alita? Sprawlrunners te possibilita. Possibilita até mesmo seu cenário cyberpunk feijão-com-arroz.
Um dos grandes diferenciais desse suplemento é o uso inventivo das regras de Savage Worlds, que, em vez de apresentar uma miríade de feitiços, poderes chi, ciberimplantes, usa o próprio Progresso das personagens e um punhado de novos sistemas e regras para criar o framework ideal para suas mesas.
Curiosidades
Sprawlrunners usa um sistema não formal de “manifestações” para Vantagens.
Brutamontes pode ser tanto um treinamento marcial quanto um implante de aumento de força. Focado pode ser tanto um sentido de combate místico quanto um Amplificador de Reflexo instalado em sua espinha. O mesmo vale para Rápido, Noção do Perigo, etc.
Nada disso afeta a mecânica do jogo, mas altera como sua personagem é retratada.
Sprawlrunners não usa “dinheiro” nem o sistema de Riqueza, mas os Pontos de Logística, que consistem na capacidade de seu runner conseguir favores, itens com atravessadores, ou algo de seu estoque particular.
Em um mundo onde tudo é descartável, faz muito sentido você contar mais com sua reputação e favores do que com o vil metal.
Sprawlrunners traz duas abordagens para o ciberespaço — o terror dos jogos cyberpunks clássicos: Queima Lenta e Pista Rápida.
Em Queima Lenta, há um conjunto de regras, vantagens e equipamentos para uma incursão mais elaborada no ciberespaço; elaborada, porém com baixa complexidade.
Em Pista Rápida, você vai usar a boa e velha regra de Tarefa Dramática, com alguns pequenos ajustes, para lidar de maneira dinâmica com hackers e GELOs.
Sprawlrunners chega em breve no Brasil, numa parceria Toca do Coruja e RetroPunk.
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