Por Italo Guimarães
Nós já falamos aqui um pouco do que esperar de “Sprawlrunners”, um misto de fantasia, tecnologia e uma ferramenta que te ajudará a contar uma boa história dentro de um universo distópico cyberpunk. Hoje, traremos aqui, de forma um pouco mais detalhada, mecânicas e regras de ambientação que ele nos ensina (e que pode facilmente ser aplicada em outros cenários).
Logística e controle de recursos
Em quase todos os cenários, para a aquisição de itens, veículos, armas e objetos, lidamos com dinheiro (ou para cenários mais futuristas, lidamos com os créditos), o que acaba sendo muitas vezes necessário um cálculo demorado de dinheiro, para calcular exatamente cada centavo gasto na campanha. Mas como dito mais de uma vez (tanto no livro quanto no artigo anterior), Sprawlrunners fala sobre pessoas e suas histórias e não sobre pilhas e riquezas acumuladas. Pensando nisso, ele nos apresenta a mecânica de Pontos de logística.
Uma mecânica de cálculo simples e direto, onde cada personagem recebe uma certa quantia de Pontos de Logística (Geralmente são 10 pontos, que podem ser alterados com Vantagens ou com o decorrer da história) e cada um dos itens que se adquire para o cumprimento da missão possui seu custo em pontos de logística, fazendo com que o cálculo de centenas ou milhares de créditos, com seus valores quebrados, se resumam a poucas dezenas e de números inteiros, dando mais tempo para a diversão e menos para a matemática.
Tudo começa de algum lugar
O livro também traz algumas tabelas que ajudam na criação do pano de fundo do seu personagem, mostrando, idealizando ou indicando o porquê dele se tornar um “Cyber Punk”.
Nessas tabelas, todas elas baseadas em d6, temos a separação dos seguintes temas:
  • Raízes, que mostra basicamente de onde o seu personagem veio;
  • Trabalho, que te mostra a essência do tipo de trabalho que você tem na sociedade, indo dos mais simples até aos altos escalões das corporações
  • Revolta, que é o estopim de tudo, do porque você decidiu ir contra a maré, lutando contra as forças opressoras de um capitalismo sujo e abusivo, ou contra forças como facções e governos.
  • Meta, que mostra a essência da sua luta e o que o seu personagem deseja conquistar ou adquirir com toda a força de sua revolta.
Isso é uma excelente forma para jogadores e narradores montarem com mais facilidade aquele personagem que melhor se encaixe ao seu estilo de jogo, ou então dar mais graça fazendo com que tudo seja sorteado no dado e deixar a imaginação fluir.
Magia e tecnologia são doloridos
Conforme dito anteriormente, em Sprawlrunners podemos lidar com magia e suas artimanhas, através de fórmulas, escritos, itens e todo um conceito baseado no que eles chamam de “tradição hermética”, mas ela tem o seu custo. Usar magia não é tão simples, por isso que a mecânica de “Sem Pontos de Poder” é aplicada e o Dreno, que funciona exatamente como o choque de retorno do livro base de Savage Worlds (causando fadiga com um resultado 1 no teste de conjurar).
Mas isso não faz com que a magia seja menos atrativa em relação ao cenário, se comparado ao uso da tecnologia. Aplicação de Implantes Cibernéticos causam ferimentos que não podem ser curados além da forma natural, fazendo com que a escolha seja muito bem planejada ou premeditada pois, se um implante for colocado no meio da missão, ou o intervalo entre uma missão e outra seja curto demais, as consequências do ferimento se apliquem de forma direta, e letal.
Agir no ciberespaço também não é uma tarefa nada fácil e simples, exige muita concentração e cuidado para não ser detectado e até mesmo atingido dentro do mundo virtual. A Regra de Choque de Ejeção funciona como a punição para aqueles que andam pelos becos do ciberespaço e cometem erros ali, causando uma fadiga imensa, podendo levar a inconsciência.
Hackeando pelo Sprawl
Neste livro, somos apresentados a duas modalidades de hacking, cada uma com suas mecânicas e seus modus operandi. Sendo elas a Pista Rápida, ou Queima Lenta.
Vamos falar um pouco da mais detalhada delas, que é a Queima Lenta. Nela você programa e monta seu cyberdeck (um aparato que se torna a sua ficha e suas capacidades dentro do ciberespaço) para realizar sua ações dentro do ambiente virtual como se estivesse em uma conversa ou combate no mundo real, lidando com personas (que são outros hackers disfarçados e ocultos) ou os ICE’s (que é a sigla em inglês para “Contramedidas de Intrusão no Ciberespaço”). Com uma lista de ações do que se pode ou não fazer, com aprimoramentos e desafios detalhados, a Queima Lenta é para aqueles que querem trazer algo mais lúdico e uma aventura dentro do ciberespaço mais rica em detalhes para seus personagens e para as suas aventuras.
Já a Pista Rápida vai no completo oposto, onde apenas duas tabelas são colocadas com seus modificadores positivos e negativos e ela funciona como uma tarefa dramática de cinco etapas, onde você conseguir o resultado necessário antes da finalização dessas 5 etapas não te garante sucesso algum, pois você ainda pode ser ejetado do ciberespaço ou cair inconsciente por Cibercombate (o que não ocasiona somente fadiga, mas também dano direto ao operador.).
Regras a mais para um jogo mais rápido
Por fim, apesar de trazer uma gama ampla de novas regras de ambientação, ele nos dá muito mais facilidade e liberdade para atuar com dinamismo e rapidez em nossas aventuras. Sendo um suplemento perfeito para aventuras em ruas e becos de luz neon rápidos divertidos e furiosos.
Sprawlrunners está em financiamento coletivo na loja da RetroPunk. Apoie e participe! https://bit.ly/RP-sprawlrunners-para-savage-worlds-edicao-aventura

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