Por Gustavo Tenório

Em nossa terceira postagem sobre Mentiras Eternas, próximo lançamento para Rastro de Cthulhu (clique aqui https://retropunk.com.br/editora/mentiras-eternas/ e aqui https://retropunk.com.br/editora/mentiras-eternas-campanha-globetrotter/ para ler as publicações anteriores), vamos abordar a versatilidade da campanha e como ela pode ser desmembrada em seções únicas (one-shots) para atender Guardiões e investigadores que não tenham tempo para sessões de longa duração.

Mentiras Eternal venceu dois ENnies – o Oscar do RPG mundial – em 2014, com selo Ouro de Melhor Aventura e Prata de Produto de Melhor Valor. A campanha é reconhecida como uma das melhores já feitas para um RPG dos Mythos de Cthulhu e apresenta 400 páginas de uma trama que circula por todo o mundo, onde os investigadores devem evitar que um dos Antigos venha e domine a Terra.

VAMOS POR PARTES…

 

Apesar de Mentiras Eternas ter seus capítulos encadeados para uma campanha prolongada, todos os cenários podem ser resumidos e jogados de forma independente e única, com exceção do final (claro). O conceito utilizado pelos autores Will Hindmarch, Jeff Tidball e Jeremy Keller, é fazer com que o Guardião tenha uma bela “caixa de areia” (sandbox) para poder extrapolar a imaginação.

A premissa original de Mentiras Eternas é descobrir o que aconteceu com uma investigação que terminou em desastre, dez anos atrás. Um grupo se reúne e percorre cada um dos pontos de parada, (oito em sete países) elucidando novas pistas para a resolução do mistério. Como cada cidade pode funcionar como início para os personagens e o Guardião pode fazer uma recapitulação do que aconteceu anteriormente e dar seguimento à aventura, não há comprometimento da história.

Mais uma vez, é importante reforçar que Mentiras Eternas tem uma ordem original pensada e testada nas mesas de jogo, mas a sensação de liberdade em escolher o local de início da aventura é bastante interessante e tentadora. Vai exigir maior controle e conhecimento por parte do guardião, mas pode render muito numa sessão única, principalmente se o ponto escolhido para o começo for desafiador (traduzindo, ruim para os investigadores…).

DE LÁ PRA CÁ, DE LÁ PRA LÁ…

A estrutura de Mentiras Eternas foi planejada para ajudar os Guardiões e outros jogadores a modular a experiência e manter a história em andamento, mesmo que os investigadores não possam continuar. Se algum personagem não puder participar da sessão, um novo pode ser escalado para substituí-lo. Ou, caso um visita surpresa apareça, é possível inserir um reforço para ajudar os presentes. Para garantir o controle do guardião, o ideal é manter quatro investigadores ativos por sessão.

No blog da editora Pelgrane Press, é sugerida uma estrutura para os guardiões planejarem suas aventuras únicas de Mentiras Eternas. O mestre deve, na hora de adaptar o capítulo escolhido:

1) Criar um problema para os investigadores;

2) Pensar em uma complicação depois da apresentação do problema;

3) Ter em mente qual ameaça desafiará o grupo;

4) Apresentar dicas para a solução do caso;

5) Fechar a aventura com a terrível verdade, seguida da batalha final. Tudo amarrado numa trama simples.

Esperamos que com essas sugestões, os guardiões considerem a possibilidade de mestrar Mentiras Eternas para novos grupos de investigadores. A trama rebuscada da história pode ser o atrativo em encontros de RPG e auxiliar na formação de novos públicos, ou até mesmo servir como variação de cenário para um grupo que esteja fazendo parte de uma campanha prolongada e precise de novos desafios.

Mentiras Eternas entrará em financiamento coletivo no próximo dia 09 de dezembro. Fiquem de olho nas atualizações!