UVG: UM MUNDO FANTASTICAMENTE PSICODÉLICO!
Texto de Allana Dilene, tradutora da Edição Brasileira.
As Pradarias Ultravioletas são vastas, com pontos de civilização separados por semanas de viagem. Como falamos anteriormente, o UVG traz um cenário propositalmente aberto. O jogo resiste à ideia de cimentar muitos elementos — pouco se sabe sobre o passado remoto das Terras Arco-íris, por exemplo, de forma que qualquer adição que seu grupo faça ao cenário não deverá entrar em choque com uma grande e detalhada linha do tempo.
Ser aberto à criação, porém, é muito diferente de deixar a desejar na apresentação do cenário: há muitos elementos que poderão ser explorados. No entanto, a mediadora não é obrigada a utilizar todos eles, nem a lançar mão de todas as descrições apresentadas. Isso é intencional — assim, seu grupo poderá adequar o material, permitindo que sua experiência seja única.
Mas ele traz alguma coisa, certo?
Com certeza. Em torno do Mar Círculo, distribuem-se as Terras Arco-íris. O UVG parte da Cidade Violeta, à beira do mar, e o lugar é descrito como um dos últimos bastiões de civilização. Uma grande cidade murada, com fazendas em volta, tavernas, casas de diversão, guildas mercantis e… governada por lordes felinos. Deste exótico lugar, partem rotas de comércio que desembocam na Cidade Negra, lugar do fim dos tempos.
Os lordes felinos são gatos inteligentes e capazes de controlar telepaticamente os humanos que os servem. Confortavelmente deitados em liteiras levadas por seres de estimação, eles conduzem negócios pela Cidade Violeta e podem ser antagonistas para o seu grupo, ou até heróis! Há rumores de que a Divindade Púrpura tem uma queda enorme por gatos, e por isso, teria dado a eles esses poderes.
Esses felinos têm ainda caudas serpentinas, que servem como armas em situações de perigo. Essas presas inoculam um narcótico de força moderada, o que pode facilitar o uso da magia de cativar pessoas. Caso o gatinho falhe em sua tentativa de controlar alguém, o problema não é do felino, claro; o que acontece é que o humano sofre de alergia ao pelo do animal. O problema não é do gato — é seu.
Ao deixar a Cidade Violeta, a caravana terá duas opções conhecidas: seguir até a Estrada Alta e Baixa, ou para as Estepes dos Neonmades. As estepes têm suas próprias atrações, como o Baobá Biomecânico — uma árvore que secreta um precioso líquido, utilizado no conserto de máquinas (ou para dores articulares), e é lar dos povos neonmades. Ambos os destinos, porém, levam à Cratera de Cacos ou à Cidadela de Porcelana.
Os senhores da Cidadela são tão estranhos quanto os lordes felinos. Adeptos da magia policorpórea, os Príncipes da Cidadela conseguiram enganar a morte: através de um complexo ritual tecnomágico, eles fragmentaram sua essência vital cognitiva em múltiplos corpos de diferentes espécies, tendo as máscaras como unificadora de um mesmo policorpo. Falando em uníssono, os policorpos dos Príncipes não podem ficar muito afastados entre si, com riscos à integridade do coletivo consciente. Os segredos desse ritual são muito restritos, mas se um dos heróis desenvolver um bom relacionamento com os Príncipes — e puder arcar com os custos, claro — pode fazer parte dessa seleta casta aristocrática.
Da Cidadela em diante, os caminhos seguem, bifurcando-se e reencontrando-se, com muitas outras estranhezas a serem reveladas pelo seu grupo. A trilha termina, como sugere o título do próprio jogo, no cúmulo do insólito, a Cidade Negra. À beira de um mar escuro e laqueado, é conhecida pela presença d’O Grande Observador, uma entidade possivelmente alienígena que se manifesta pouquíssimas vezes, recolhe oferendas de peregrinos do mundo todo, e pode conceder os estranhos Objetos Nulos de Desejo, artefatos raros, únicos e… indescritíveis.
A jornada pelas Pradarias Ultravioletas é repleta de diferentes perigos, descobertas e possibilidades. Uma pacata caravana de mercadores pode se tornar desbravadora das fronteiras do espaço sideral, ou viajantes de portais que conectam diferentes mundos. Verifique se sua mochila está afivelada e faça boa viagem.
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