“Não deixarei uma alma viva no seu navio, reles humano.”

Por Guilherme Korn

Este texto é sobre o vindouro Mítica para Savage Worlds, aos poucos vamos falar deste cenário e vamos ter trechos dele liberados no Punkverso para playtest em breve.

Toru, chamado popularmente como Umibozu, possui uma história diferente – até para um pirata. Seu primeiro contato com Lieh, o reino dos humanos e das raças vivas, foi pouco antes da investida de Liang-Ho contra Xien Liang, quando um Mandarim da Morte, isolado em sua cabana nas montanhas, realizou uma invocação.

Sendo chamado do inferno para o mundo mortal, Toru, um Oni, se viu de frente para seu invocador, um mero mortal sem a força de vontade para controlá-lo, e, assim que se viu livre do círculo de proteção, enviou a alma de seu invocador para o inferno de onde foi invocado, mas sua atitude representou falta de conhecimento: agora, sem alguém para mandá-lo de volta, estava preso ao mundo humano.

A história dele se perde no tempo, por não ser conhecido o que ele fez e por onde vagou até encontrar-se com o sacerdote Yin-Tai. Em um combate fervoroso contra ele, em uma das mais belas montanhas de Mohat, Toru chegou perto de ser exorcizado mais de uma vez, mas, de alguma forma, conseguiu resistir e acabar com a vida do sacerdote – que morreu, mas não antes de sentenciar uma última bênção (ou maldição) para o demônio. “Que sua carne seja mortal, que seu sangue seja mortal e que o inferno nunca mais te aceite. Pelos poderes do Imperador Celestial, eu lhe abençôo!”. A força da reza foi tamanha que o calor da bênção derreteu um dos olhos do demônio, de dentro para fora, e quebrou um de seus chifres. E Toru agora sabia que jamais poderia voltar para o Inferno de onde veio, sendo condenado a vagar pelo reino dos humanos eternamente, pois quando morresse, seus pecados seriam absolvidos e ele estaria fadado a viver no Paraíso.

Um tempo se passou após isso e Toru agora navega os mares de Lieh a bordo de seu próprio navio, o Umibozu, uma caravela de três mastros tripulada por alguns dos mais cruéis e selvagens marinheiros. Sua bandeira negra é temida, assim como seus ataques à vilas costeiras e embarcações navais – principalmente porque Toru não deixa uma viva alma sequer viva em seus ataques, numa tentativa contínua de querer sujar tanto sua alma para que seus pecados não possam ser limpos pela bênção daquele monge.

Portando um dos lendários artefatos amaldiçoados do mar, a Mão de Fu-Leng, conta-se que Toru espera pacientemente pela Corrida para o Ocidente, onde pretende se estabelecer e tomar um reino pra si – caso esse tipo de coisa exista por lá – ou construir um, longe da influência dos deuses de Lieh, para que possa enfim, se livrar da bênção que recebeu.

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Toru é um oponente formidável em combate corpo a corpo, além de ter uma grande tripulação para ajudá-lo. Um combate contra o imenso demônio com certeza será sangrento e baixas em ambos os lados são mais do que esperadas.

Toru (carta selvagem)

Toru é um Oni, um demônio azul-acinzentado de quase quatro metros de altura e uma compleição física de fazer inveja. Trava um sobretudo rasgado nas mangas e uma calça comprida, além de portar um chapéu de capitão. Nas costas, leva um machado duplo que qualquer homem comum usaria com duas mãos, mas que ele utiliza com uma só mão.

O mais impressionante, entretanto, fica na mão direita de Toru: a Mão de Fu-Leng. Uma manopla amaldiçoada que, uma vez colocada só pode ser removida com a morte de seu portador, e está no braço direito do demônio, aumentando ainda mais a força e a dominância deste capitão pirata.

  • Atributos: Agilidade d8, Astúcia d8, Espírito d6, Força d12, Vigor d10
  • Perícias: Intimidar d10, Lutar d10, Sobrevivência d6, Navegar d6, Perceber d8, Persuadir d6
  • Aparar: 7
  • Movimentação: 6
  • Resistência: 7
  • Habilidades Especiais:
  • Armas Naturais: For. Toru pode realizar um ataque com a cabeça, caso não tenha suas mãos livres no momento, usando seu chifre. Caso esteja desarmado, causa o mesmo dano com um soco ou chute.
  • Demônio – Energia Infernal: Demônios recebem +2 nas rolagens para se recuperar do estado Abalado. Imune à venenos e doenças. Toru sofre apenas metade do dano de qualquer ataque não-mágico.
  • Vulnerabilidade: Toru sofre o dobro de dano de qualquer fonte como manifestações Sagradas – como magias de sacerdotes ou armas abençoadas.
  • Horrendo: Graças à sua aparência horripilante, Toru recebe -2 em qualquer rolagem social, exceto Intimidar, onde o redutor se torna um bônus de +2.
  • Machado Duplo: For+d12.
  • Mão de Fu-Leng: For+d8. Uma manopla de ferro especial que Toru conseguiu em um de seus saques. Caso o ataque usando essa manopla cause ao menos o estado Abalado em um oponente, Toru pode iniciar um agarrão, com uma rolagem resistida de Força contra o alvo. A cada rodada em que o alvo está agarrado, ele sofre o dano da manopla caso não consiga se soltar com um teste resistido de Força. Este agarrão não impede Toru de realizar outras ações em seu turno.
  • Navio – Umibozu: Toru é o capitão do navio pirata Umibozu, um dos terrores dos mares. A bordo dele, Toru recebe +2 para qualquer rolagem física que faça, por conhecer bem o terreno.
  • Tamanho+2: Toru é grande, tendo quase quatro metros de altura, com uma forte constituição física.
  • Tripulação: Quando a bordo de seu navio, Toru tem o auxílio de 2d8 membros de sua tripulação para qualquer luta que trave. Todos eles são Extras, e tem suas características descritas abaixo.
Membro da Tripulação (extra)
  • Atributos: Agilidade d8, Astúcia d6, Espírito d4, Força d6, Vigor d6
  • Perícias: Atirar d8, Intimidar d6, Persuadir d6, Lutar d6, Perceber d6, Navegar d8 
  • Aparar: 5
  • Movimentação: 6
  • Resistência: 5
  • Cimitarra: For+d8.
  • Habilidades Especiais:
  • Maior que a Vida: Por puro medo de retaliação de seu mestre demoníaco, quando Toru for levar um golpe fatal e um membro da tripulação estiver por perto e não tiver agido, ele se move e recebe o golpe no lugar do capitão.
  • Pistola de pólvora: 2d6.