Magia. Um dos pontos mais complexos em muitos RPGs. Usar mágicas vai muito além de rolar alguns dados e ler grimórios, é uma questão de entender como ela funciona num determinado mundo e, principalmente, como o seu personagem se relaciona com ela. Em Deadlands não é diferente, o Oeste Estranho está munido de várias formas de magia. Seja com os mascates, os xamãs ou os usuários da magia das trevas. Seguindo com as curiosidades sobre Deadlands, hoje nós iremos destrinchar a magia, seus usos, suas complicações e como ela é vista pelo mundo!
Quando os manitus foram libertados, o Oeste Estranho mudou, uma ameaça surgiu e haviam respostas a serem exploradas para sobreviver e se manter seguro. A magia é uma conexão com o mundo sobrenatural. Uma resposta que difere da manipulação da Rocha Fantasma, escolhida pelos Cientistas Loucos. Deadlands está no ano de 1884, e temos muito o que entender nesse contexto. Adiante, abordamos algumas dessas relações:
Mascates e o Pacto com o Diabo
Antigamente, muitos anos antes da jornada para o Oeste, a magia era muito mais comum, aos poucos, ela foi sumindo, lá pelo fim da Idade das Trevas. A origem dos mascates começa com a história de um homem chamado Edmund Hoyle, que vagou pela Europa, por volta de 1740, em busca de resquícios da magia, que ele encontrou.
Hoyle entrou em contato com espíritos maliciosos, apostando parte da sua alma, como um jogo de pôquer, e, se vencesse, o “curinga” (forma como ele batizou os espíritos maliciosos para não chamar atenção) seria obrigado a prestar uma tarefa, para quem o invocou. Contudo, antes dos eventos de 1863, encontrar um espírito desses, era como encontrar dentes em galinhas.
Quando os espíritos foram libertos, o acesso tornou-se mais fácil, afinal, todos esses possíveis ‘curingas’ estavam vagando pelo mundo e os ensinamentos de Hoyle poderiam ser colocados em prática. Aqueles que fazem uso desta forma de magia, são chamados de Mascates, por causa dos vendedores de óleo de cobra que com muito sucesso desviam a atenção do público. Os curingas foram rebatizados de manitus, e os mascates vivem ocultando suas habilidades, para não cantarem para subir.
Mascates podem agir em segurança, gastando seus Pontos de Poder, para realizar seus truques na surdina, mas quando a coisa aperta, uma cartada de sorte se faz necessária e é nesse momento que a barganha acontece. Há duas razões principais para um mascate querer barganhar com o Diabo. Primeiro, ele pode lançar qualquer magia da sua lista de Poderes Disponíveis, mesmo aqueles que normalmente não conhece, inclusive aqueles acima de seu Estágio atual! Em segundo lugar, com uma boa mão, ele pode adicionar qualquer Ponto de Poder remanescente a sua rolagem de Conjurar ou ao seu total pessoal.
Esteja preparado, caso você jogue como um mascate, para lidar diretamente com os manitus e principalmente para não ser descoberto! Afinal, ninguém quer acabar na fogueira…
Xamãs e os Espíritos da Natureza
Os nativos americanos, sabem sobre os espíritos há milhares de anos. Homens e mulheres instruídos nos conceitos da medicina tribal, recebem o nome de xamãs. Durante a era século XIX, mas antes do Julgamento, os espíritos raramente respondiam aos xamãs, mas quando eles foram libertos, o acesso tornou-se muito mais fácil e direto.
A partir disso alguns espíritos estavam mais comunicativos e dispostos a emprestar seus poderes para “o Povo”. Dessa forma, várias tribos conseguiram se formar e, principalmente, resistir aos avanços da ocupação dos brancos. Os espíritos da natureza geralmente são ambivalentes em relação aos assuntos humanos, mas parecem um pouco perturbados e incomodados com o poder que as suas contrapartes malignas ganharam nas últimas décadas. Talvez por isso eles parecem mais dispostos a ajudar aqueles que os invocam, embora eles ainda exijam o sacrifício e ritual adequado pela sua atenção.
Essa é a função dos Xamãs, eles são a ponte entre o poder do espírito e as vontades de sua tribo. A maioria são líderes espirituais e curandeiros para o seu povo, embora alguns também sejam líderes de guerra. Alguns xamãs são temidos, mas todos são respeitados. Todos devem dar o exemplo para o seu povo e viver uma vida que agrada aos espíritos que concedem seus poderes. Personagens xamãs que não defendem essas crenças descobrem que os espíritos raramente ouvirão seus apelos, e um xamã ignorado pelos espíritos não é um xamã por muito tempo.
Como e quando usar um espírito da natureza? O Xamã deve entrar em contato com o espírito correto para cada situação, por exemplo: O rio que contorna a tribo, é protegido pelo Espírito do Rio. Caso o rio se revolte e comece a inundar a tribo, o Xamã deve entrar em contato com ele.
É por isso que muitos xamãs seguem os “Velhos Costumes”. Eles respeitam e prestam homenagem aos dons e aos sacrifícios naturais que os espíritos concedem à humanidade. Tal como os mascates canalizam a energia mágica através dos manitus, os xamãs canalizam-na através dos espíritos da natureza. No entanto, isto não é um jogo. É um processo de negociação e submissão por parte do xamã para convencer os seres poderosos a dispensar parte da sua essência vital mágica.
Xamãs não fazem uso de tecnologia moderna, tudo aquilo que não é natural, é um desrespeito aos espíritos da natureza e deve ser evitado. Principalmente o câncer que corre nas veias da terra, a Rocha Fantasma.
Os Mestres do Chi
Artistas marciais, treinados para usarem seus corpos como armas. Seus ensinamentos são passados por um mentor, um Sifu, a relação deles com a magia é muito mais pessoal. Nem todo artista marcial se torna um Mestre do Chi completo. A chave para se tornar um mestre é abraçar uma filosofia espiritual profunda, encontrando harmonia com a natureza e o mundo, e mais importante, a capacidade de canalizar o poder dos Campos de Caça sem um intermediário, como um demônio ou espírito da natureza.
Diferente dos Mascates e dos Xamãs, Os Mestres do Chi não barganham com o diabo, muito menos pedem emprestado o poder dos espíritos da natureza. A ligação com o mundo espiritual é plena, não existe uma ponte, é uma relação direta entre o Mestre e o Poder do Chi.
Os poderes de mestre do chi geralmente são percebidos como sendo parte do estilo de artes marciais do lutador ao invés de “magia”, mas aqueles que conhecem melhor sempre percebem que a energia arcana está envolvida. Formas complexas, ataques rápidos e técnicas especiais de respiração podem concentrar o chi e canalizar a energia arcana. O papel de um mestre de chi é trazer paz e harmonia ao mundo.
A magia de fato é muito ampla em Deadlands. Está pronto para experimentá-la? Então aproveite que esta nova edição já está em financiamento coletivo! Corre lá para apoiar!
A meta inicial já foi batida e nossa jornada pelos ermos já está começando! Rumo ao Compêndio! Rumo ao Oeste Estranho!
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