Rastro de Cthulhu: 10 Anos de Rastro de Cthulhu no Brasil
Aproveitando o Financiamento do Criaturas Terríveis – um bestiário do Mythos de Cthulhu e do Dulce et Decorum est, chamamos o Gustavo Tenório do blog Donjon Master para fazer uma entrevista com o Guilherme Moraes, dono e editor geral da RetroPunk, responsável por trazer o Rastro de Cthulhu para o Brasil.
1 – Começamos o ano com o anúncio do financiamento coletivo de Criaturas Terríveis e do Dulce et Decorum est. Porque vocês trazer esse livro? Em que ponto está a produção do material? Pode adiantar alguma surpresa do financiamento coletivo?
Bem, sempre foi uma decisão minha dar o melhor suporte possível para nossas linhas de RPG, independente de cenário ou sistema. Apesar do livro de regras do Rastro de Cthulhu ofertar uma boa experiência no que se refere a antagonistas, acredito que quanto mais caos, mais divertido será a mesa do Guardião. O Criaturas Terríveis fornece um novo panorama para os Guardiões, uma visao diferente para criaturas já conhecidas e algumas novas, uma releitura… e isso renova o gosto pelo jogo e mantém a mesa sempre com um ar de frescor. Já o Dulce et Decorum se alimenta de um período sombrio da humanidade e as sombras sempre são um bom território para as criaturas do Mythos. Por que não publicá-lo?
Em relação ao desenvolvimento, como já havíamos produzido 15 das 31 criaturas, publicadas anteriormente em pdf, isso agilizou nosso trabalho. Já o Dulce et Decorum est também está com a tradução bem adiantada, visto que começamos o trabalho no título no ano passado.
2 – Rastro de Cthulhu foi o primeiro rpg dos Mythos de Cthulhu traduzido para o português. E isso há quase dez anos. Porque ele foi escolhido pela RetroPunk e como você avalia a trajetória de Rastro no Brasil?
É de conhecimento geral que minha intenção ao criar a RetroPunk era trazer o Savage Worlds para o Brasil, mas para tal, precisava estabelecer a empresa como editora antes e isso significava pelo menos dois títulos publicados. Tentei na época a licença do Call of Cthulhu, mas a Chaosium (naquela época) tinha problemas sérios de comunicação. Algum tempo depois, estava jogando Trail, jogo pelo qual me afeiçoei pelo seu tom mais narrativo e que privilegiava a a imersão na história (fora que era uma época que o indie estava em voga). Trazer algo sobre Cthulhu era, em minha visão, uma jogada estratégica para estabelecer a empresa inicialmente no mercado e isso deu certo.
Mas nem tudo são flores, a linha teve altos e baixos, acompanhando momentos ruins da editora, e durante alguns anos a linha ficou parada, ressurgindo em 2016/2017. Nossa meta agora é pelo menos um lançamento por ano.
3 – Rastro de Cthulhu é uma das linhas com o maior número de publicações disponíveis para Guardiões e Investigadores. Qual seu livro preferido de Rastro e qual você ainda pretende publicar?
Dificil dizer qual o melhor livro pois, em geral, cada um aborda um tema diferente. Mas o que mais me atraem são Sombras sobre Filmelândia (rsrsrs) e Cthulhu Apocalipse. Infelizmente nenhum desses foi publicado, apesar que estão na minha mira, especialmente o segundo).
4 – Rastro de Cthulhu conta com uma comunidade ativa na internet. Como tem sido a relação da RetroPunk com esses jogadores? Existe a possibilidade de vermos um cenário nacional para Rastro?
Olha, infelizmente nos últimos anos eu me afastei muito da internet, então, não tenho acompanhado tanto assim a comunidade (deixo isso a cargo dos meus asseclas Fernando del Angeles e Eder Marques rsrsrs), mas sempre me interessou sim, algo mais voltado a nossa terra. Quem sabe no futuro não saia algo relacionado? o tempo dirá.
5 – Para encerrar, o que você gostaria de dizer para quem acompanha Rastro de Cthulhu desde sua primeira edição? E para quem está chegando agora?
A linha segue forte e pode esperar que todos os anos teremos lançamentos para o sistema/cenário, dando ainda mais munição para os Guardiões de plantão levarem seus jogadores a louc… ops, limite
E você, já deu uma olhada no Financiamento do Criaturas Terríveis? A meta inicial já está batida, já liberamos a capa dura, uma aventura multissistema em pdf e estamos em busca da primeira coletânea de aventuras, Revelação Final, impressa.