combate medieval

Hoje eu gostaria de falar de um dos momentos mais divertidos das nossas mesas de RPG: O combate. Mas não vou falar de regras nem de armas, eu gostaria de sugerir uma forma bem simples de tornar seus combates mais épicos através da interpretação!

Vejamos dois exemplos:

Rolam-se os dados

(jogador) – Opa, tirei 7 no dado para atacar. Acertei?
(mestre) – Não, o aparar dele é 8. Minha vez de atacar, tirei 8. Passei seu aparar, deixa eu rolar o dano. Total de 14, pelo visto você está abalado e tomou um de dano. Novo turno, sua vez.
(jogador) – Poxa falhei para sair do abalado… seu turno novamente.
(mestre) – Ataquei, mas dessa vez tirei 6 parece que não da para passar seu aparar, deu sorte.
(jogador) – Consegui! Finalmente, saí do abalado. Vamos lá, dados, não me decepcionem, tenho que acertar! 17! Tirei 17, toma duas progressões, mais um d6 e um efeito adicional! Quase uma função do primeiro grau meu dano 2d8 +1d6 + 2! Afinal, eu sou campeão e ele é maligno!
(mestre) – Tá cara, pode jogar o dano e parar de enrolar!
(jogador) – P*%# toma essa! 27 de dano!
(mestre) – Cara, você matou ele.

Rolam-se os dados de outra perspectiva.

(jogador) – Aproveitando o tamanho da espada longa que estou empunhando eu tento estocar o Mordur (tirei 7 no dado).
(mestre) – Você não acertou. Seu ataque infrutífero é aparado pela lamina da adaga do Mordur que beija o aço da sua espada, desviando-a para a lateral do corpo dele, sendo suficiente para não acertá-lo. Ele usa sua proximidade para corta a lateral da sua barriga. Acertando (8 no dado e 14 de dano) e te causando 1 de ferimento, além de deixá-lo abalado.
(jogador) – (Vou jogar meu espírito para sair do abalado, falhei). Ainda sentindo minhas tripas saindo das minhas entranhas e agonizando com a dor, eu utilizo meu escudo como proteção e tento me afastar.
(mestre) – Beleza, ele tenta mais um ataque (tirei 6, não ultrapassa seu aparar). Apesar de você ainda estar abalado, você percebe que o elfo não consegue te atingir, ele tem dificuldade em te acertar por causa do escudo e do relâmpago que brilhou no céu no momento do ataque, atrapalhando a visão dele.
(jogador) – (Eu consegui sair do abalado). Aproveitando ainda esse momento de cegueira transitória do meu oponente eu invisto contra ele! (17 para acertar e 27 de dano).
(mestre) – A cegueira provisória impede que ele consiga desviar, a espada acerta sua garganta, ficando presa nela e você sente aquele jato de sangue no seu rosto, que aos poucos é lavado pela chuva. Ele ainda tenta proferir palavras profanas te amaldiçoando…
(jogador) – nesse momento eu giro a espada da garganta dele e mando-o para o inferno.

Conclusão

Ambos os textos correspondem a uma mesma situação de combate. A diferença entre eles é a forma como foram narradas, bem como a criatividade do jogador e do mestre em cada ato do personagem e do NPC.

Ao narrar as ações de defesa e ataque dos personagens no combate, nós amplificamos a nossa visualização da cena, bem como desencadeamos uma série de eventos e ações que não tomaríamos se rolássemos apenas os dados. Afinal, lutar em uma caverna apertada onde duas ou mais pessoas não conseguem lutar lado a lado, ou lutar contra um guerreiro de lança, onde a proximidade com o inimigo impossibilita que ele utilize sua arma com maestria, são situações que ficarão muito mais evidentes se realizadas com a interpretação do combate.

Além disso, a interpretação do combate pode gerar ações primorosas dignas de um filme, bem como falhas homéricas merecedoras de muitas risadas da mesa.

Por fim, independentemente da forma como você jogue RPG, o importante mesmo é se divertir! Eu sugiro que, caso você ainda não o faça, em sua próxima sessão de jogo você narre pelo menos algumas de suas ações em combate, tenho certeza que isso dará um novo ar ao seu jogo!

Compartilhe aqui como foi passar a narrar seus combates, ou caso você já o faça, acha que esse recurso enriquece seu jogo?

até a proxima!